quarta-feira, 18 de novembro de 2020

18/11/2020

EU ESTAVA FAZENDO O CURSO ONLINE ARTE, GÊNERO E HISTÓRIA NA AMÉRICA LATINA PELA FFLCH/USP E ESTA FOI MINHA AVALIAÇÃO, ACHO QUE ACABEI FALANDO DEMAIS, MAS É QUE O ASSUNTO ME INTERESSA! 


Não sei se era bem isso que vocês queriam, eu vou contar o trajeto do meu pensamento e ancorá-lo em minhas buscas na internet. Na terceira aula duas coisas me chamaram a atenção: primeiro que no texto de Cecília Fajardo-Hill só havia uma menção a Regina Vater (página 4) e segundo foi na apresentação de Eustáquio Ornelas quando ele relata que em 1975 Marta Traba e Aracy Amaral se conheceram em Austin, Texas. Porque em 1986, aos 20 anos eu morei em Austin, Texas e conheci Regina Vater. Meu pai havia sido convidado pelo professor David Jackson para ministrar um curso na Texas University e carregou mulher e filhos. Tinha um Instituto de Estudos Latino-Americanos na Universidade do Texas e era bem forte e atuante, inclusive guardava documentos bastante importantes sobre a ditadura no Brasil. Num fim de semana fomos a uma festa na casa de Regina Vater e no quintal, abaixo de uma árvore frondosa ela tinha feito o mapa da América do Sul com terra, pedras, gravetos e folhas secas. Aquilo nunca me saiu da memória, apesar de não achar nenhum registro disso. No entanto, achei o texto Glosas sobre colonialidade, arte, América Latina e Brasil, por Maria Angélica Melendi para publicação especial da SP-Arte que foi bem a calhar pois tinha obras semelhantes como a de Nicolás García Uriburu, “Latinoamérica, Reservas Naturales del futuro. Unida a Somentida" (1973).  (https://www.sp-arte.com/editorial/soy-loco-por-ti-america/).



Latinoamérica, Reservas Naturales del futuro. Unida a Somentida, Nicolás García Uriburu (1973)


Eu continuei minhas buscas e lembrei da exposição Fatos de Antonio Manuel em 2007 no CCBB SP em que tinha a obra Soy loco por ti America que me lembrou muito o trabalho de Regina.



Soy loco por ti America, Antonio Manuel, CCBB SP, 2007.



“No Salão de Bússola, em novembro de 1969, Antonio Manuel expôs três peças "ambientais": três "cabines" ou salas nas quais o espectador podia entrar. No chão de cada "cabine" havia um colchão largo feito de plástico transparente e recheado de mato. Na "cabine" Soy loco por ti, um pano na parede acima da cama podia ser levantado para exibir um mapa da América Latina, com o continente recortado no painel de madeira e pintado de vermelho-vivo. À medida que os dias se passavam (a exposição durou cerca de um mês), a folhagem no colchão começou a se decompor e a exalar um odor pútrido. Nas palavras de Antonio Manuel, Soy loco por ti "se transformou então em uma obra viva". A "cabine" fazia dura referência à situação da América Latina (agravada pela coloração vermelha). O título reflete uma canção tropicalista interpretada por Caetano Veloso, "Soy loco por ti America" (1968). A letra, alternando português e espanhol, inter-relacionava problemas passados e presentes da América Latina (dos quais grande parte tinha como causa a colonização).” (Cynthia Marie Canejo, 2006)



Minha assistente Beatriz acabou de me lembrar que eram 20 linhas! Esqueci e me empolguei!

Nenhum comentário:

Postar um comentário